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terça-feira, 23 de março de 2010

América Latina deve ter expansão sólida em 2010


  • 23 Mar 2010
  • Valor Economico
  • Dow Jones Newswire

A economia da América Latina deverá sair da recessão com crescimento de 4,8% em 2010, enquanto o investimento direto estrangeiro (IDE) na região poderá crescer a níveis “quase recordes”, disse o Institute of International Finance (IIF).

“Muitas economias importantes da América Latina estão apresentando sólido crescimento e estão agora numa rota de recuperação acelerada, mas despontam desafios políticos formidáveis no horizonte”, disse o diretor gerente do IIF, Charles Dallara, em entrevista no domingo.

A economia com expansão mais acelerada na região neste ano deverá ser o Brasil, cujo PIB vem crescendo a 5,8% anual, após crescimento zero em 2009, de acordo com o IIF, que divulgou as suas estimativas no encontro anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Cancún.

A segunda economia da América Latina, México, deverá crescer 4,4%, depois que o PIB desabou no ano passado, em queda de 6,5%, devido à fraca demanda vinda dos EUA, para onde o país remete cerca de 80% das suas exportações.

Peru e Chile são as duas únicas grandes economias da região além do Brasil, onde o IIF estima crescimento superior a 5% neste ano.

A recessão de 2009 foi particularmente moderada na América Latina, levando a uma queda de apenas 2,3% no PIB regional em relação a 2008. Numa mudança em relação a crises passadas, as ondas de choques econômicos e financeiros vindas do exterior foram enfrentadas, na maioria dos países da região, com “políticas fiscais e monetárias responsáveis e um sólido sistema bancário”, disse o IIF.

Países que “perseguiram políticas macroeconômicas prudentes e reformas pró-mercado e que têm acesso a mercados de capitais globais deverão crescer 5,4%, em média, neste ano”, disse o diretor do Departamento de América Latina no IIF, Frederick Jaspersen. “Aqueles que não procederam assim deverão se expandir a uma média de apenas 3%”, disse, mencionando Argentina, Equador e Venezuela.

O investimento direto estrangeiro na América Latina deverá crescer 27%, atingindo um “quase recorde” de US$ 85 bilhões neste ano. As reservas internacionais da região devem crescer quase US$ 50 bilhões, chegando a um recorde de US$ 539,5 bilhões neste ano.

O superávit na balança comercial deverá cair de US$ 66,6 bilhões, no ano passado, para US$ 49,5 bilhões em 2010, “à medida que o crescimento das importações supera o ritmo da recuperação nas exportações”, enquanto a emissão de dívida da América Latina deverá dar um salto, para US$ 38,2 bilhões, em aumento de 59% ante o ano passado.

Embora seja esperada uma sólida recuperação neste ano, o IIF alertou que o crescimento do PIB para 2011 deve cair para 3,7%.

O IIF observou que muitos países do mundo estão lidando com vastos déficits orçamentários, que incharam em meio a gastos anticíclicos. Os bancos centrais precisarão num dado momento apertar a política monetária, enquanto a taxa de câmbio ascendente em alguns países latino-americanos pode ameaçar as exportações e notase tendência de alta na inflação.

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