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terça-feira, 23 de março de 2010

Itaipu opera abaixo da capacidade até abril

Após apagão no ano passado, linhas de transmissão da usina estão recebendo reforços

Por Luciano Costa, de São Paulo

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Divulgação

Itaipu, a segunda maior usina do mundo com 14 mil MW de potência, está operando abaixo de sua capacidade desde o final do ano passado. Após o blecaute que atingiu 18 Estados brasileiros e teve origem em uma falha nas linhas de transmissão que escoam a energia produzida pela usina binacional, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu diminuir a carga transmitida pela hidrelétrica.

"Estamos operando Itaipu com redução na capacidade pelo elo de corrente alternada. Essa operação está condicionada principalmente ao fim da estação das chuvas, no final de abril, e à implantação, por Furnas, das instalações conhecidas como 'chapéu chinês', que são proteções para as linhas", explica o assessor da diretoria geral do Operador Nacional do Sistema, Marcelo Prais.

"Os reservatórios estão cheios em todo o País, o PLD está baixo. Esse é o melhor momento para fazermos esses reforços nas linhas", afirma o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Segundo ele, o isolamento das linhas de Itaberá e algumas outras localidades está sendo testado com condições cinco vezes superiores ao normal para garantir que não haverá mais problemas. "Vai ser muito bom para a segurança do sistema", conclui.

O diretor da hidrelétrica ainda afirma que a menor geração na usina deve continuar até abril. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a operação será mantida até 15 de abril. "A partir daí a carga pode aumentar e, certamente, a partir de 31 de maio, teremos de volta o desempenho usual de Itaipu", prevê Prais. Segundo ele, a linha de Itaipu está operando com 3.500MW médios, algo entre 2.000MW e 3.000MW abaixo do normal.

O assessor do ONS lembra que, devido à menor carga de Itaipu, foi necessário acionar usinas térmicas para suprir a demanda da região Sudeste em alguns momentos, principalmente em fevereiro, quando foram registradas altas temperaturas. "Isso vai gerar impacto na tarifa. A geração térmica fora de mérito é paga pelo Encargo de Serviços de Sistema (ESS) e isso vai se refletir na tarifa de 2011", alerta.

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