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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

‘Faltam parâmetros para o consumidor avaliar as empresas’

Professor da Faculdade de Arquitetura, Design e Construção da Universidade de Auburn, nos EUA, Norbert Lechner é autor do livro Heating, Cooling, Lighting: Sustainable Design Methods for Architects, uma bíblia da arquitetura sustentável. Ele veio ao País para o 3.º Simpósio Brasileiro da Construção Sustentável, que começou ontem em São Paulo. Antes de chegar, falou ao Estado.
Em seu livro, você afirma que as construções são responsáveis por 48% de toda a energia consumida no mundo (40% para a manutenção dos prédios e 8% para a construção propriamente dita). O setor da construção terá incentivos para mudar esse cenário? Mesmo que os líderes reunidos em Cancún não decidam por um acordo sobre emissões? A popularidade do sistema Leed (selo de construção verde) nos EUA indica um interesse crescente pelas construções sustentáveis. Muitos estão interessados na construção verde – nem tanto por questões ideológicas, mas porque querem estar preparados para ganhar dinheiro com aquilo que acreditam ser o futuro do setor. Eu não espero que acordos internacionais sejam a resposta para o problema do aquecimento global. Cada país tem de estipular uma taxa sobre o carbono. Quando países-chave adotarem uma taxa, os outros os seguirão.
A casa “zero em energia” é um projeto possível? Podemos construir casas que consumam quase nada de energia? Do ponto de vista técnico, ela é possível, tanto que já existem projetos. As construções zero em energia são baseadas em duas estratégias: eficiência energética e uso de energia renovável. O consumo de energiaé reduzido em 80% por medidas de eficiência energética e os 20% que sobram podem ser produzidos por células fotovoltaicas, ou seja, energia solar. E essa pode se tornar economicamente viável se taxarmos o carbono.

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