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quinta-feira, 11 de março de 2010

Após perda com derivativo, ganho da Energisa dá salto

  • 11 Mar 2010
  • Valor Economico
  • Josette Goulart
  • De São Paulo

A Energisa, empresa de distribuição e geração de energia com sede Minas Gerais, faz parte da lista das empresas que mais que dobraram o lucro no ano passado. Mas no seu caso o motivo não foi o mercado interno e o forte consumo residencial e comercial de energia em 2009. É que no ano anterior a empresa teve seu resultado afetado por operações de derivativos.

O lucro de 2009 foi 138% maior que no ano anterior. Enquanto em 2008 a companhia teve ganho líquido de R$ 100 milhões, neste ano divulgou um resultado de cerca de R$ 250 milhões — embora ainda muito inferior aos R$ 354 milhões de 2007.

O problema de 2008, segundo explica o vice-presidente financeiro da companhia, Maurício Botelho, é que 30% do total da dívida da companhia estava registrada em dólar e a proteção previaumteto na cotação da moeda americana. Trata-se de um derivativo em que a dívida estava protegida desde que o dólar não ultrapasse a cotação de R$ 2,15. A cada dia que esse valor fosse ultrapassado a empresa pagava uma espécie de multa. A empresa ultrapassou em 56 dias esse valor. Ainda no ano passado o limitador foi elevado e, neste ano, as operações foram todas encerradas, segundo Botelho.

De acordo com as notas explicativas do balanço da companhia, em abril de 2009 a empresa adquiriu opções de compra (calls) para US$ 174 milhões, em seis fluxos mensais de US$ 29 milhões até janeiro de 2010. As opções deveriam ser exercidas caso o câmbio ultrapassasse R$ 2,30. A empresa pagou R$ 20 milhões pelas opções, que, segundo as notas explicativas, eram o valor máximo que a Energisa poderá materializar com essa operação. Mas nenhuma opção foi exercida.

A dívida bruta da empresa no final do ano passado chegava a R$ 1,7 bilhão, sendo R$ 365 milhões cotados em dólar. O caixa estava em R$ 700 milhões em 31 de dezembro. Neste ano, a Energisa vai investir R$ 390 milhões, sendo que R$ 140 milhões nas duas pequenas centrais hidrelétricas em construção desde o ano passado.

O segundo ciclo de revisão tarifária foi confirmada pela Aneel no ano passado e, segundo Botelho, a margem de capacidade de geração de caixa com o novo patamar de tarifa caiu de 36,6% para 31,4%. Para compensar, a companhia precisa melhorar sua eficiência operacional, ou seja, reduzir gastos. Além disso, a relação do endividamento líquido dividido pelo lajida subiu em função da revisão tarifária.

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