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terça-feira, 30 de março de 2010


CVM rejeita novo pedido da Abrasca


  • 30 Mar 2010
  • Valor Economico
  • Fernando Torres
  • De São Paulo

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) negou novo pedido da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) para adiar para 2011 a obrigatoriedade da divulgação da remuneração máxima, média e mínima dos diretores e conselheiros das empresas.
Após ter seu pleito inicial rejeitado pelo colegiado da autarquia no fim de janeiro, a Abrasca pediu uma reconsideração sobre o tema. Na reunião do dia 2 de março, a diretoria da CVM deu nova resposta negativa para a associação.
A tentativa de solução negociada conduzida pela Abrasca contrasta com aquela adotada pela regional do Rio de Janeiro do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-Rio), que optou pela via judicial e obteve decisão liminar contra a divulgação.
Se valendo da decisão, AmBev, Gerdau e Brasil Telecom não divulgaram os dados. Elas se juntam a Vale, Santander, Telefônica, CPFL, Souza Cruz e Embraer, que tambémusaram a liminar. Semcitar se usou ou não a decisão judicial, a fabricante de papel Klabin não divulgou o polêmico dado.
Há também falta de padronização entre as empresas que abrem as informações, que são a maioria até agora. O Banco do Brasil esclareceu que apresentou o salário mensal dos executivos — e não o ganho anual, incluindo participação nos lucros — porque enviou o documento no dia 12 de março durante o dia. A CVM só divulgou um ofício-circular orientando o preenchimento do item na noite desse mesmo dia. Segundo o BB, a CVM não pediu correção.
A Copel, que também havia divulgado o salário mensal, republicou ontem os dados. A empresa manteve a forma de divulgação, mas acrescentou a informação de que foram 16 pagamentos mensais daquele valor, o que permite o cálculo da remuneração anual.
Em relação à matéria publicada na edição de ontem do Valor , a Lopes informou que, ao contrário do que foi dito, “a companhia preencheu devidamente o Formulário de Referência e divulgou as informações exigidas pela nova regulamentação”. A reportagem não havia encontrado o documento no site da CVM porque ele não foi enviado na categoria “Assembleia/ Proposta da Administração”, como feito pelas demais empresas.
Entre as empresas que divulgaram os dados nos últimos dias, destaque para a AmBev, famosa pela agressividade em remuneração variável. Em 2009, a empresa gastou R$ 68,4 milhões com seus nove conselheiros e onze diretores. Do total, R$ 25,8 milhões referemse a pagamento baseado em ações.
A Gerdau gastou R$ 72,8 milhões com 18 executivos em 2009.

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