EPE confirma que novo Plano Decenal não terá termelétricas
Diretor afirma que documento vai traçar expansão da matriz com hidrelétricas e fontes renováveis
Por Luciano Costa, de São Paulo
O próximo Plano Decenal de Energia (PDE) 2009-2018, que está sendo elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), não vai contemplar novas usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis, como óleo combustível, diesel, gás natural e carvão. A informação,que já havia sido antecipada pelo Jornal da Energia, foi confirmada à reportagem nesta terça-feira (16/03) pelo diretor de estudos econômicos e energéticos da EPE, Amílcar Guerreiro.
"Haverá térmicas, mas somente aquelas que já estão leiloadas. A gente consegue atender a demanda sem a necessidade delas, com hidrelétricas, eólicas, biomassa. Haverá apenas essas térmicas renováveis, a biomassa, sem usinas a combustíveis fósseis", afirmou Guerreiro, que participou do 12º Enercon, promovido pelo IBC, em São Paulo.
Um indicativo nesse sentido já havia sido dado pelo governo no ano passado, quando o leilão A-5, que estava dominado por térmicas e que seria realizado em dezembro, foi cancelado devido à falta de licença ambiental para as usinas hidrelétricas que deveriam participar do certame. Neste ano, a expectativa é de que sejam licitadas, além de Belo Monte (11.233MW), outras sete usinas que somam mais de 4,1 mil MW de potência.
A EPE já entregou aos órgãos ambientais os primeiros Estudos de Impacto Ambiental (EIA) das usinas São Manuel (700MW) e Foz do Apiacás (230MW). O órgão quer, ainda em março, protocolar também os estudos referentes às hidrelétricas Teles Pires (1.820MW) e Sinop (430MW). "O licenciamento é sempre demorado e complicado, mas nós chegaremos lá", garantiu o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao comentar o movimento do governo para conseguir leiloar os projetos.
Certames de fontes alternativas, como biomassa, PCHs e eólicas, também são vistos como um meio de garantir um futuro sem térmicas. "A julgar pelo resultado do leilão promovido em dezembro, as eólicas têm muita competitividade e, assim, a tendência é de que aumentem a participação na matriz", analisa o diretor da EPE. Ele ressalta que há algumas questões que ainda precisam ser estudadas, mas afirma que "ainda há muitos bons projetos e potencial a ser aproveitado".
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