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sexta-feira, 19 de março de 2010

Petrobras divulga resultados de 2009 na sexta-feira


A Petrobras divulgará na sexta-feira, depois do fechamento do mercado, o balanço financeiro relativo a 2009. Inicialmente a divulgação aconteceria no dia 26 de fevereiro, mas foi adiada na véspera por problemas de agenda dos conselheiros da companhia, que têm de se reunir para aprovar os números.

Na época cogitou-se que o problema teria sido a impossibilidade de a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil e presidente do conselho de administração da estatal, comparecer à reunião do órgão — o que não foi confirmado pela estatal.

Com aumento de 10% no preço do petróleo entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado e recuperação das vendas de combustíveis no mercado doméstico, a Petrobras deve divulgar lucro de R$ 7,4 bilhões a R$ 7,5 bilhões nos últimos três meses de 2009, segundo as projeções dos analistas ouvidos pelo Valor .

Se confirmado, o resultado ficará perto dos R$ 7,3 bilhões apurados em igual período de 2008, o que é considerado um número robusto pelos especialistas.

A expectativa das corretoras é uma receita líquida no último trimestre variando de R$ 48,3 bilhões (Itaú Securities) a R$ 49,2 bilhões (Credit Suisse). No quarto trimestre de 2008, a receita foi de R$ 63,3 bilhões. Já o lucro operacional antes do resultado financeiro e da equivalência patrimonial está sendo projetado em R$ 15,5 bilhões pelo banco suíço, R$ 13,8 bilhões pelo Itaú e R$ 15,4 bilhões pelo Banco Fator.

Entre as razões para o desempenho esperado pelos analistas está a valorização do real, que afeta as receitas de exportação de petróleo e derivados da companhia. O câmbio ofusca parte dos ganhos trazidos pelo aumento de 8% no preço de realização — média dos preços de todos os combustíveis comercializados pela Petrobras — verificado entre o terceiro e o quarto trimestres.

No acumulado do ano, o lucro líquido da companhia deve ficar em torno de R$ 28 bilhões, se as previsões forem confirmadas. O número menor que o resultado de R$ 32,9 bilhões registrado em 2008 (após ajustes contábeis da Lei 11.638) é atribuído ao câmbio, à margem de refino e ao preço do petróleo.

Os investidores da companhia continuam atentos ao trâmite no Congresso dos projetos de lei que vão regulamentar o setor e autorizar a cessão de 5 bilhões de barris de petróleo, que serão capitalizados na estatal.

Sem a capitalização, a Petrobras corre o risco de perder a classificação de “investimento não especulativo” entre 2011 e 2012. Isso porque, mantidos investimentos e o atual nível de endividamento, a alavancagem da companhia poderá chegar a 35% no fim de próximo ano ou início de 2012. Pelos números até setembro, a alavancagem já está em 27%.

A empresa tem um programa de investimentos de US$ 171,4 bilhões previstos no seu plano estratégico até 2013. Mas esse plano prevê apenas US$ 29 bilhões para o pré-sal até 2013, valor que aumenta para US$ 111 bilhões até 2020. O plano estratégico para 2010-2014 está em aberto, já que a companhia não sabe com que recursos poderá contar para tocar os seus inúmeros projetos.

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