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quarta-feira, 10 de março de 2010

Sob comando de Requião, reajustes foram evitados

Os investidores da bolsa de valores sempre foram meio desconfiados com o papel da Copel. Um dos principais motivos é que desde que o governador Roberto Requião assumiu o Paraná, a empresa já deixou de passar muitos reajustes tarifários autorizados pela Aneel. Bom para o consumidor de energia elétrica do estado. Péssimo para os acionistas da companhia que buscam resultados. Mas o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, diz que esse deveria ser o papel de uma companhia de distribuição de energia e por isso defende as companhias estaduais. “A privatização do setor elétrico foi feita sem aumentar em um megawatt a capacidade de geração do país”, afirma.

IVONALDO ALEXANDRE
Rubens Ghilardi, presidente da Copel, afirma que busca sinergias e que é um desejo comprar a companhia catarinense

No ano passado, a Aneel autorizou um reajuste de quase 13% nas tarifas da companhia. A justificativa para o não repasse era de que com crise financeira ainda batendo à porta, era justificável dar esse alento ao consumidor paranaense. Mesmo assim, no ano passado, o papel da copel subiu quase 76%, valorização menor, entretanto, que o índice da Bolsa de Valores que subiu 82%.

No histórico da Copel, o argumento do acionista majoritário da companhia sempre foi o de que ao deixar de repassar reajuste de tarifa é possível estimular a economia e atrair investimentos para o Estado. Tanto Requião como Ghilardi costumam dizer que a Copel tem a menor tarifa do país. Os descontos foram vários.

Em junho de 2003, o aumento autorizado foi de 25,27%, mas nada foi repassado para a conta de luz do consumidor. Em janeiro de 2004, foram aplicados 15% de reajuste e a diferença continuou sendo oferecida como desconto para quem pagasse o consumo em dia. Em junho de 2004, a Aneel autorizou aumento de 14,43%, sendo que 9% foram repassados. Outros 5% ficaram para fevereiro de 2005. Em junho de 2005, a conta deveria subir 7,8%, mas o governador não autorizou de imediato, e só em agosto houve aumento de 4,4%.

O impacto nos resultados da companhia pelo fato de não ter repassado o reajuste da Aneel para a tarifa no ano passado só será conhecido depois que a companhia divulgar o balanço do ano, o que está previsto para acontecer depois do dia 20 de março. Mas já existe uma previsão de que o lucro líquido não seja tão impactado. Em 2008, lucrou pouco mais que R$ 1 bilhão.

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