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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Atraso em linhões afeta geradoras e consumidor

Os projetos de construção de linhas de transmissão se tornaram o principal gargalo do setor elétrico. Levantamento realizado pelo Valor na base de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostra que 40% dos 18 mil quilômetros de linhas de transmissão licitadas desde 2006 estão com as obras atrasadas. O principal motivo é a falta de licenciamento ambiental. Ao todo, são 6.740 quilômetros de linhas, de 62 projetos diferentes, que registram atraso médio de 12 meses. Levando-se em conta os 15 maiores, o atraso médio chega a 25 meses.




A situação deve ficar pior porque os linhões do Madeira, que vão ligar Porto Velho (RO) a Araraquara (SP) e foram licitados em 2008, ainda não saíram do papel. O cronograma para a entrada em operação comercial dessas linhas é registrado como “normal” pela Aneel, mas as datas previstas para os licenciamentos já têm uma defasagem de pelo menos três meses. Se essas linhas entrarem no rol dos atrasos, subirá de 40% para 65% o percentual das linhas licitadas desde 2006 com registro de atraso. O problema maior será para os donos das usinas de Jirau e Santo Antônio, que trabalham com a antecipação dos empreendimentos para escoar a energia e dependem dessas linhas. O plano B seria usar uma rede de baixa capacidade que interliga Porto Velho ao Acre.

Alguns empreendimentos já estão sendo prejudicados pelos atrasos, como é o caso da usina de Dardanelos, que pertence à Neoenergia. A empresa colocou em funcionamento a primeira turbina de 51 MW em junho e até agora não tem como escoar a energia em função do atraso da linha da EBTE.




O prejuízo não é só dos empreendedores. A conta também chega para o consumidor, já que sem linhas para transmitir a energia barata das hidrelétricas as usinas termelétricas, que geram energia mais cara, serão acionadas para garantir o suprimento.

13 Sep 2010 Valor EconomicoJosette Goulart e André Borges

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