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terça-feira, 11 de maio de 2010


Geração de energia renovável cresce 5,5% em 2009

No ano passado, as fontes fósseis de energia apresentaram queda de 30% na produção de eletricidade
Por Milton Leal
Fonte MaiorFonte Menor
Crédito: Igor Pessoa/DivulgaçãoA UHE Itumbiara ajudou a aumentar a oferta renovável

A geração de energia elétrica a partir de fontes limpas e renováveis aumentou 5,5% em 2009, atingindo 461,8TWh. A grande responsável pelo incremento foi a hidreletricidade – beneficiada por um ano de muitas chuvas –, que elevou sua participação na matriz elétrica nacional de 79,8% para 83,7%, provendo 391TWh no ano passado. Os dados constam na edição de 2010 do Balanço Energético Nacional (BEN) preliminar divulgado nesta quinta-feira (29/04) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A fonte biomassa também contribuiu bastante para a produção limpa de energia ao crescer 17,5%. Este tipo de usina supriu 5,9% das necessidades do País em 2009. As usinas eólicas, que fornecem 0,3% do total da eletricidade produzida, maximizaram sua oferta em 4,7%.
A oferta interna total de eletricidade em 2009, incluindo fontes renováveis e fósseis, obteve um ligeiro acréscimo de 0,6% ante 2008. A EPE observou uma forte queda de 30,6% na geração por meio de fontes não renováveis, com destaque para o gás natural (-53,7%) e derivados de petróleo (-17,1%). Agora, as fonte sujas respondem por 10,2% de toda energia elétrica gerada.
“O aumento da geração hidráulica possibilitou que as térmicas que usam carvão, óleo combustível e gás natural funcionassem significativamente menos do que no ano anterior”, afirma o órgão do governo em nota. Em 2008, devido à escassez hidrológica, o Operador Nacional do Sistema despachou termelétricas para garantir o abastecimento nacional.
Apesar do aumento da geração renovável, o consumo de energia elétrica no Brasil caiu 0,5% em 2009, em decorrência dos efeitos da crise internacional, que abalou a produção industrial. A classe residencial verificou um aumento de 5,3% na energia consumida, enquanto que as indústrias amargaram uma retração de 5,3%, com relação ao ano anterior.
Energia primária
A demanda nacional de energia no país (incluindo eletricidade e fontes primárias) totalizou 243,9 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep) no ano de 2009, caindo 3,4% em relação a 2008.
A oferta de energia não renovável no país sofreu redução de quase 6% entre 2008 e 2009. As fontes renováveis apresentaram queda dez vezes menor (0,6%), o que contribuiu para um perfil ainda mais renovável da matriz nacional. A fonte cuja participação registrou maior retração na comparação dos dois últimos anos foi o carvão mineral (-19,4%), muito em função da queda da atividade do setor siderúrgico – fortemente afetado pela crise econômica do ano passado.
As fontes renováveis (produtos da cana-de-açúcar, hidreletricidade, biomassa) responderam por 47,3% de toda a energia da matriz energética brasileira em 2009. É o maior índice desde 1992, quando o uso da lenha e do carvão vegetal ainda era mais intenso no país.
Uma das razões para o alto percentual de renováveis é significativa redução da geração termelétrica. Além disto, a retração da atividade industrial em setores como siderurgia e pelotização foi determinante para o menor consumo de alguns energéticos, como o gás natural e o carvão metalúrgico.
Para ver o BEN preliminar, clique aqui.

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