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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Depois do linhão do Madeira, Alstom Grid foca em Belo Monte

Depois do linhão do Madeira, Alstom Grid foca em Belo Monte

Companhia fechou contratos de US$400 milhões para ligar Rondônia a São Paulo e agora volta a atenção para o Xingu
Por Milton Leal
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Crédito: SXC.hu
Por ter dimensões continentais, o Brasil deve ver as longas linhas de transmissão se tornarem cada vez mais comuns. Depois de arrematar um contrato de US$400 milhões para fornecer equipamentos para os mais de dois mil quilômetros do linhão do Madeira, que interligará as usinas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, aos centros de carga no Sudeste, a Alstom Grid aguarda pelo leilão do projeto de transmissão que conectará a gigante hidrelétrica de Belo Monte ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Oriunda da cisão dos ativos da Areva T&D, que foi comprada após uma proposta conjunta entre Alstom e Schneider Electric, a Alstom Grid, que fabrica equipamentos e sistemas de transmissão de 72kV a até 800kV, está otimista com o futuro do mercado brasileiro de transmissão, que deve crescer cerca de 40% na próxima década. “O projeto de Belo Monte logicamente está no nosso radar. Estamos esperando a definição de como será feita a transmissão, se todas as linhas serão em corrente alternada ou contínua”, conta o presidente da empresa no Brasil, André Gesualdi, que assumiu a companhia com a experiência de 33 anos atuando na antiga Alstom T&D e na Areva T&D, marcas que antecederam a atual Alstom Grid.
No Brasil, a Alstom Grid está corporativamente instalada em São Paulo, onde são tocadas a unidade de negócios de sistemas, turnkey de subestações, automação e gestão das redes, além da parte de serviços. A companhia também possui a fábrica gaúcha de Canoas, na qual produz transformadores de potência, e a planta mineira de Itajubá, onde é fabricada uma série de componentes para linhas de transmissão.
Gesualdi se mostra bastante confiante quanto ao crescimento da empresa no País. “Estamos vendo um mercado extremamente promissor, crescente. Prevejo o crescimento da empresa no Brasil, não só alinhado com o crescimento do País em si, mas também em virtude dos novos projetos, da Copa do Mundo, Olímpiadas etc".
No ano passado, a divisão brasileira da Alstom Grid faturou R$170 milhões de euros, o que corresponde a 5% do faturamento global da empresa, que possui 90 plantas industriais espalhadas pelo globo. Gesualdi prefere não revelar qual deve ser o incremento no resultado de 2010.
Além do projeto de transmissão do Madeira, para o qual a empresa fornecerá os equipamentos para as estações conversoras / inversoras localizadas em Porto Velho (RO) e Araraquara (SP), a Alstom Grid ainda possui um contrato de R$55 milhões para entregar duas subestações para a Chesf. As instalações são Suape II e Suape III, de 500/230kV – 600MVA e 230/69kV – 200MVA, respectivamente. Recentemente, a companhia também fechou um acordo de R$45 milhões com o Grupo Bertin para fornecer uma subestação e transformadores de potência para uma das usinas termelétricas que o grupo constrói na Bahia.
Como toda empresa do setor elétrico, a da Alstom Grid também está atenta à bola da vez: as smart grids. No Uruguai, a companhia assinou um acordo de cooperação com a Administracion National de Usinas y Transmisiones Electricas para estudo e desenvolvimento de projeto-piloto de rede inteligente. O objetivo do estudo é integrar fontes de energias renováveis, a serem distribuídas por um sistema smart energy que assegura a confiabilidade e a estabilidade da rede. No Brasil, Gesualdi conta que ações conjuntas com a Cemig, Light e Eletropaulo também estão sendo desenvolvidas. "Estamos acompanhando a evolução desse processo. Não vamos ficar de fora", resume. 

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