Páginas

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

rojetos economizam quase 1% de uma Itaipu

Estudo da CNI avaliou 217 programas de eficiência energética adotados pela indústria brasileira


  • 12 Nov 2010
  • Valor Economico
  • Samantha Maia
  • De São Paulo

Os esforços recentes da indústria brasileira em projetos que melhoram a eficiência do uso da energia no processo produtivo proporcionaram uma economia anual de 626 gigawatts/hora (GWh) desde 2007, o que equivale a cerca 0,7% da produção da usina de Itaipuem um ano. A informação é resultado do levantamento da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) com base em 217 projetos já finalizados ou em andamento, que representam um investimento de R$ 161 milhões. Segundooestudo, essa economia gerada pelo ganho de eficiência energética equivale à geração de energia de uma usina com 87 megawatts (MW) de potência instalada. Para ter uma base de comparação, a usina de Santo Antônio, em construção no rio Madeira (RR), terá uma capacidade instalada de 3 mil MW.
Os setores que mais têm investido em ganho de eficiência no uso de energéticos são o de siderurgia e o químico, que juntos foram responsáveis pela redução anual de 274GWh, resultado deuminvestimento de R$ 82 milhões.
O potencial de economia de energia no país, no entanto, é muito maior, segundo Rodrigo Garcia, analista da entidade e coordenador do projeto. Caso fossem implementadas todas as possibilidades economicamente viáveis de aumento de eficiência energética na indústria brasileira, a queda de consumo das empresas seria de 6,4% nos próximos 20 anos, uma economia acumulada de R$ 85 bilhões nas contas de energia.
Garcia explica que para essa projeção foram consideradas todas as soluções existentes hoje no mercado. Alguns setores chamam atenção no potencial de redução do uso de energia, como o siderúrgico, o de papel e celulose, e de alimentos e bebidas. No caso da siderurgia, que utiliza fornos na sua produção, o potencial de economia no uso de energéticos é de 62%. “Os investimentos não são realizados, porém, porque faltam condições favoráveis. Na hora de investir, a prioridade é aumento da produção, e não ganho de eficiência”, diz o analista.
Os empresários reivindicam melhores condições para investir em ganho de eficiência, como redução de juros e aumento do período de carência. Outra deficiência nacional é a falta de pessoal capacitado para trabalhar com novas tecnologias. O estudo compara a situação do Brasil com outros países e aponta que uma das providências mais urgentes é o país ter uma política nacional que oriente a ação das empresas.
Não é por acaso que a divulgação do estudo ocorre pouco antes da publicação para consulta pública do plano nacional de eficiência energética pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A divulgação do documento deve ocorrer até dezembro, segundo o secretário de desenvolvimento energético do MME, Paulo Augusto Leonelli. “O plano está sendo trabalhado há um ano com a colaboração de entidades empresariais”, diz ele.
O documento deve trazer um amplo diagnóstico dos setores da economia e traçar diretrizes que atendam à meta de redução de consumo indicada pelo Plano Nacional de Energia - 2030, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A previsão é de que anualmente sejam economizados 106 TWh de consumo contra um cenário em que não haja nenhum ganho de eficiência. Segundo Leonelli, isso é 20 vezes mais do que hoje é contabilizado pelo Programa Nacional de Conservação deEnergia Elétrica (Procel).

Nenhum comentário:

Postar um comentário