Páginas

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vantagens ambientais do bagaço

  • 20 Oct 2010
  • Valor Economico
  • (E.C.R.)
  • De São Paulo

A energia elétrica que vem da transformação do bagaço de canade-açúcar conta com vantagens de peso em relação às fontes fósseis (petróleo, carvão e gás). Ela é renovável, com emissão zero de gás carbônico, umavez que a fotossíntese da planta e a combustão de etanol combustível funcionam como compensação pelo CO2 consumido no processo de produção e transporte. Esse é um dos aspectos mais positivos da biomassa da cana, especialmente quando comparado com 550 kg de gás carbônico emitidos a cada 1 MW/h gerado por óleo diesel, de acordo com estudos da União Europeia.


SILVIA COSTANTI/VALORJosé Carlos Grubisich, da ETH: participação em leilões oficiais de energia elétrica contribui para o fluxo de caixa



O bagaço, resultado da moagem da cana para a produção de açúcar e etanol, deixou de ser um problema nas usinas para se tornar parte do processo industrial. Começou a ser usado para a geração de energia térmica e mecânica para o funcionamento das unidades. Numa segunda fase, as usinas passaram a obter energia elétrica suficiente para exportar para a rede.
Vista inicialmente com desconfiança, porque não é produzida o ano inteiro, a energia elétrica proveniente da cana passou, nesta década, a ser encarada como um fator de segurança no fornecimento de eletricidade, uma vez que é oferecida no período em que os reservatórios das hidrelétricas da região Centro-Sul, que concentra o maior número de usinas no país, estão mais vulneráveis à seca.
“Para cada 1 mil MW/médio de bioeletricidade de abril a novembro há economia de 4% dos reservatórios no período da seca”, diz Zilmar José de Souza, assessor de bioletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), citando dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Assim, a complementaridade em relação à hidroeletricidade é uma das vantagens notáveis dessa biomassa. “A energia proveniente do bagaço de cana é equivalente a de Itaipu”, afirma o diretor fundador do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires.
O fato de fornecer energia no período de seca tem levado a Unica a defender que essa característica sazonal seja reconhecida pelo governo federal, por meio de preços mais remuneradores em leilões. No entanto, essa reivindicação não tem encontrado eco nas esferas oficiais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário