A energia elétrica que vem da transformação do bagaço de canade-açúcar conta com vantagens de peso em relação às fontes fósseis (petróleo, carvão e gás). Ela é renovável, com emissão zero de gás carbônico, umavez que a fotossíntese da planta e a combustão de etanol combustível funcionam como compensação pelo CO2 consumido no processo de produção e transporte. Esse é um dos aspectos mais positivos da biomassa da cana, especialmente quando comparado com 550 kg de gás carbônico emitidos a cada 1 MW/h gerado por óleo diesel, de acordo com estudos da União Europeia.
O bagaço, resultado da moagem da cana para a produção de açúcar e etanol, deixou de ser um problema nas usinas para se tornar parte do processo industrial. Começou a ser usado para a geração de energia térmica e mecânica para o funcionamento das unidades. Numa segunda fase, as usinas passaram a obter energia elétrica suficiente para exportar para a rede.
Vista inicialmente com desconfiança, porque não é produzida o ano inteiro, a energia elétrica proveniente da cana passou, nesta década, a ser encarada como um fator de segurança no fornecimento de eletricidade, uma vez que é oferecida no período em que os reservatórios das hidrelétricas da região Centro-Sul, que concentra o maior número de usinas no país, estão mais vulneráveis à seca.
“Para cada 1 mil MW/médio de bioeletricidade de abril a novembro há economia de 4% dos reservatórios no período da seca”, diz Zilmar José de Souza, assessor de bioletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), citando dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Assim, a complementaridade em relação à hidroeletricidade é uma das vantagens notáveis dessa biomassa. “A energia proveniente do bagaço de cana é equivalente a de Itaipu”, afirma o diretor fundador do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires.
O fato de fornecer energia no período de seca tem levado a Unica a defender que essa característica sazonal seja reconhecida pelo governo federal, por meio de preços mais remuneradores em leilões. No entanto, essa reivindicação não tem encontrado eco nas esferas oficiais.
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