A economia de São Paulo seguiu perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2008. As Contas Regionais, divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a participação do Estado na economia nacional passou de 37,3% em 1995 para 33,1% em 2008 — uma queda contínua, depois de 34,6% em 2002 e 33,9% em 2007.
“Há uma desconcentração econômica notória em função de uma perda da indústria por conta da guerra fiscal e dos incentivos dados por outros Estados”, explica Frederico Cunha, gerente da coordenação de contas nacionais do IBGE.
O resultado de 2008 mostra que, pela primeira vez desde 1995, a participação somada dos PIBs de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná fica igual à de São Paulo. Também foi a primeira vez que a participação dos demais 22 Estados, com 33,8% do total, supera a de São Paulo. Entre 2007 e 2008, o PIB paulista perdeu 0,8 ponto percentual de participação no bolo nacional, mas Cunha evita creditar essa baixa inteiramente à crise internacional.
“Não tem como dizer que o fator principal é a crise. Houve perdas no setor financeiro e na indústria em São Paulo, mas 47% da agricultura do Estado é cultivo de cana ou de laranja e os dois produtos tiveram resultado ruim em 2008”, diz.
A queda entre 1995 e 2008 foi mais pronunciada na indústria, uma vez que São Paulo passou de 44,4% do total do setor em 1995 para 33,9% em 2008. O Rio passou de 8% para 12,7% e ultrapassou Minas Gerais no segundo lugar. A indústria mineira cresceu menos e passou de 9,1% do total do país para 11% entre 1995 e 2008.
O setor de serviços mostrou um nível de concentração mais próximo ao PIB nacional e São Paulo, que representava 35,6% do total em 1995, passou para 33,4% em 2008. O Rio também perdeu participação e foi de 13,4% para 11,6% no período. A administração pública contribuiu para que os 19 Estados com menor peso no setor de serviços vissem a sua fatia no bolo ir de 17,9% em 1995 para 21,3% em 2008. Na agropecuária, a participação dos Estados no PIB do setor mostra desconcentração. O Estado líder, Minas, tinha 17,3% de participação no PIB do setor em 1995 e passou para 15,3% em 2008.
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